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Não me pronuncio sobre a minha estupidez. A minha parte de bom senso observa calada enquanto faço merda.

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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Sad and done

Hoje acordei triste. Especialmente triste. Tão melancólica que senti a estranha necessidade de voltar a escrever no meu blog. Tão melancólica como não me sentia há muito.
No caminho até à escola, ouvi uma única música: “Last kiss”, da Taylor Swift. Não. O meu problema não é com rapazes. Nunca foi essa a questão. Eu passo sobre eles. Nunca sofri realmente por nenhum. Se já chorei por eles? Sim, é claro. Mas nunca me permiti alongar nesses assuntos. Eram superficiais. Quase inexistentes no mar de problemas que me rodeava.
Se o problema era a escola? Não. Também não. Há muito que a escola deixou de ser um problema para mim. Estou bastante segura e bem mentalizada de que ainda me esperam pelo menos 2 anos e meio até ao fim, sem contar, obviamente, com a faculdade.
Então, o meu problema continuava. O que me estava a deixar tão melancólica e soturna?
Ao entrar pelos portões do Externato e após subir as escadas, entendi um dos grandes motivos da minha melancolia: as pessoas que me rodeavam.
Sempre as mesmas e tão fúteis. Tão falsamente alegres. Tão falsamente falsas que me pergunto o quanto elas se esforçam para serem tão pútridas. Perguntei-me variadas vezes quando é que aquelas pessoas deixariam de ser assim. Não obtive se não um eco na minha cabeça. Um eco que não trouxe resposta alguma.
E ao observar os movimentos alegremente forçados das pessoas, senti-me ainda mais melancólica. Com uma vontade ainda maior de me atirar para a estrada e deixar que um dos grandes automóveis - que os pais de toda a gente exibiam – me apanhasse.
E hoje, na escola, enquanto não me esforçava para forçar um ar alegre e sorridente, dividi-me entre a raiva e a tristeza, debatendo-me na fronteira e chorando interiormente cada minuto que passava.
Na minha cabeça, aquilo não estava correcto. E porquê tanto entusiasmo da parte deles? Nada fazia sentido!
E depois veio a estranha sensação de ira crescente na minha garganta e a carnificina misturada com a minha saliva. Não. Aquilo não estava certo. Não estava certo que eu olhasse para cada uma daquelas pessoas e me imaginasse a degolá-las sem o mínimo do dó e sem a mínima da piedade. Imaginava-me facilmente a torturá-los e a fazerem-nos pagar por cada lágrima que algum dia derramei por sua culpa. E eu sabia; aquilo não estava certo.
No entanto, não consegui controlar a minha raiva. A minha boca era uma torrente de indirectas e sarcasmos direccionadas a toda a gente que estava presente – exceptuando, é claro um ou dois que nunca na vida eu seria capaz de amaldiçoar ou de ter pensamentos malignos.
Mas de que importava tanta falsidade? Mas de que importava tanta inteligência artificial? De que raios importava todas aquelas informações que toda a gente me estava a dar?
Nada. Era isso que importava. Absolutamente nada. Então, calmamente, sentei-me no banco e vi-os partir, desejando poder comportar-me como um animal selvagem. Cuspiria no chão, fá-los-ia sofrer e no fim, fugiria para ser feliz no meio do mato. Porque lá, sentir-me-ia muito mais acompanhada do que me sinto aqui. Porque lá, eu não precisaria de fingir mais. E porque lá, eu poderia viver no meu meio plenamente natural.
- Margarida Louro

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