I cry

Nem sempre a vida vai como nós queremos. Por vezes temos os nossos problemas. E tu -- tu e todos os outros -- não sabes nada sobre mim. Não sabes absolutamente NADA sobre mim. E por vezes -- mais regularmente do que eu gostaria -- a pressão é demasiada e ninguém -- nem tu, nem absolutamente ninguém -- sabe como me sinto. 

Mas eu explico: sinto-me como um lenço sujo numa lixeira enorme onde tudo o resto não passa de lixo e tudo se apodera do pouco que sou. Por isso vou abaixo e choro. Porque chorar é a única coisa que me liberta. Não choro quando quero, choro quando tenho vontade. E não és tu -- nem tu, nem ninguém -- que me vais impedir de o fazer. Porque essa pessoa que chora, sou eu. Na mais pura das essências.

Não é a minha criança: é a minha adolescente. Sou eu, entendes? Não vou mudar porque queres. Falo como quero. Grito quando me apetecer e não vais controlá-lo. Não és ninguém para o fazer. És apenas mais um e eu sou melhor que tu. Sou MUITO melhor que tu -- e que todos os outros. Não preciso do teu apoio; só preciso que não me empurres para ainda mais fundo. Não sou quem tu queres. Aceita isso.

Pensa nas alturas em que te ajudei infindavelmente. Pensa nisso as vezes que forem precisas até perceberes no mal que fizeste.

- Margarida Louro